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Gestar: conectando profissionais de saúde materno-infantil de forma humanizada

Metade da população mundial é composta por mulheres. Mas, mesmo assim, por muitos anos a maioria dos produtos e serviços da área da saúde e bem-estar sempre foi pensada, projetada e testada apenas por homens, sendo só depois adaptada ao público feminino (nem sempre levando em conta as especificidades de seus corpos). Hoje, felizmente, essa realidade está mudando para muitas mulheres ao redor do mundo.

Em menos de uma década, o mercado voltado para mulheres tem evoluído bastante com a criação das chamadas femtechs (startups que oferecem produtos e serviços que atendem diretamente o público feminino). Nesse sentido, algumas empresas bem-sucedidas no campo da saúde e bem-estar estão se proliferando cada vez mais no mundo inteiro, oferecendo soluções de controle sobre o corpo feminino e combatendo os mais diversos tabus.

O termo femtech foi cunhado em 2016 pela empreendedora dinamarquesa Ida Tin, fundadora e CEO do “Clue” (aplicativo de rastreamento de ciclo menstrual e de ovulação). Atualmente, ele é utilizado por cerca de 12 milhões de pessoas em mais de 190 países. Ao criar o termo, seu objetivo era ajudar a legitimar o mercado de tecnologia em saúde feminina, impulsionando a inovação, atraindo investimentos e ajudando a normalizar as conversas sobre saúde feminina. De acordo com a Frost & Sullivan, a previsão é que as femtechs movimentem, até o ano de 2025, algo em torno de 50 bilhões de dólares ao redor do mundo.

Femtech pioneira no Brasil que veio revolucionar a saúde e o bem-estar feminino

Quando tinha 13 anos, Lettycia Vidal ganhou um irmão mais novo. Esse momento acabou sendo marcante também porque a sua mãe sofreu violência obstétrica. Logo, seu interesse por assuntos relacionados à gestação, fez com que ela fizesse um curso para ser doula ao mesmo tempo em que estava terminando a faculdade de publicidade. Decidiu então fazer um trabalho de conclusão de curso que unisse os dois estudos. O projeto então deu origem à criação da Gestar, startup que conecta profissionais de saúde materno-infantil a famílias, promovendo uma rede de apoio às mulheres especialmente durante o seu período de gestação até os primeiros 6 anos de maternidade.

Essa plataforma digital pioneira no Brasil possibilita que tentantes (pessoas que desejam ter filhos), gestantes e mães de crianças na primeira infância possam encontrar profissionais de forma gratuita e ter acesso ao agendamento de consultas com especialistas qualificados, atendimentos baseados no respeito e na humanização, conteúdos amparados por evidências científicas e a toda uma comunidade de acolhimento composta por profissionais e outras pessoas que estão no mesmo momento de vida que o delas.

Entre as profissionais cadastradas estão obstetras, consultoras de amamentação, dentistas, nutricionistas e enfermeiras. O objetivo, segundo a empreendedora, é que as mulheres tenham acesso a todos os serviços que precisam em apenas um único lugar por cerca de seis anos. A plataforma também oferece diversos cursos, eventos e rodas de conversa.

Uma rede de acolhimento e humanização em saúde materno-infantil que só tende a crescer

Em 2021, a Gestar foi selecionada para o Black Founders Fund, iniciativa do Google for Startups que investe em startups fundadas e lideradas por pessoas negras no Brasil. Já em 2022, a startup conseguiu captar R$ 410 mil reais em uma rodada de equity crowdfunding com 60 investidores. Os recursos foram aplicados em tecnologia, marketing e operações. Com isso, a expectativa é que a startup continue crescendo ainda mais, especialmente na formação e estruturação da sua equipe.

“Eu sou do tipo que faz listas de metas e, além disso, cria um calendário para definir quando quero cumpri-las, Olhar para 2022 me fez sorrir ao enxergar tudo o que consegui conquistar em um ano tão complicado, mas também me fez pensar que 2023 será um ano incrível. Então, para este ano, determinei algumas resoluções que possam me ajudar a acompanhar as conquistas que estão por vir. Para a carreira, vou finalizar os estudos em gestão de saúde. Para a liderança, quero seguir sendo uma líder sincera, empática e que entrega confiança às minhas lideradas. Tudo isso para que possamos seguir na meta de escalar a Gestar para continuar transformando a assistência às tentantes, gestantes e mães num ambiente mais respeitoso e menos violento”, afirma Lettycia Vidal (em entrevista publicada na matéria “Women to Watch” da revista Meio & Mensagem).