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Malala Yousafzai: ativista pelos direitos das mulheres e pela educação

Poucas vozes jovens e femininas conseguiram alcançar tanta projeção no mundo inteiro quanto Malala Yousafzai. Ela nasceu e cresceu na cidade de Mingora, região bastante conservadora do Paquistão. Seu pai que era educador e dono de várias escolas sempre a incentivou, desde cedo, a estudar. Malala logo tornou-se uma das alunas mais aplicadas da sua turma (composta apenas por meninas), sendo uma grande entusiasta pela leitura e fluente em 3 idiomas.

Em 2008, o líder talibã, que dominava o local, exigiu que as escolas interrompessem as aulas dadas para as meninas por 1 mês. Naquela época, um jornalista da BBC perguntou ao pai de Malala, que era dono da escola onde ela estudava (a “Escola Khushal”), se alguns jovens estavam dispostos a falar sobre esse assunto. Foi quando a menina criou o seu blog “Diário de uma Estudante Paquistanesa” para escrever sobre o seu amor pelos estudos e as grandes dificuldades que enfrentava no Paquistão. O blog era escrito sob um pseudônimo, mas em poucos meses a identidade de Malala foi revelada, fazendo com que a menina passasse a conceder entrevistas para TVs e jornais.

2012: o ano em que a opressão do Talibã atinge Malala

O ataque à jovem ativista paquistanesa veio assim que os talibãs perderam o controle do Vale Swat e a justificativa adotada pelos seus líderes para calar a sua voz, na época, foi que Malala havia se tornado uma ameaça contra o Islã. A menina, então com 15 anos, foi baleada com 3 tiros na cabeça por um homem armado ao sair da escola, sendo socorrida e levada ao hospital em estado grave. Ela se recuperou do atentado que quase lhe tirou a vida e foi transferida para um hospital na Inglaterra, onde deu continuidade aos tratamentos da sua saúde.

Assim que a notícia do atentado contra a vida de Malala se espalhou pelo mundo, diversos líderes políticos, ativistas e órgãos internacionais repudiaram o ocorrido e prestaram sua imediata solidariedade a ela. Diante da pressão mundial e de uma forte campanha chamada “I am Malala” (“Eu sou Malala”),o Paquistão aprovou uma lei que garantiu acesso à educação a todos os paquistaneses (era a primeira vez que isso acontecia em sua história).

Prêmio Nobel da Paz e Exílio na Inglaterra

Após se transferir para a Inglaterra para tratar de sua recuperação, após o atentado que sofreu, Malala e sua família decidiram mudar-se para a cidade de Birmingham já que os extremistas islâmicos afirmaram que ainda pretendiam assassiná-la. Por conta do seu engajamento para garantir o direito à educação das mulheres, Malala tornou-se a pessoa mais jovem a ganhar o Prêmio Nobel da Paz, aos 17 anos (ela dividiu o prêmio com o ativista indiano Kailash Satyarthi).

Em 2020, ela se formou em filosofia, política e economia pela Universidade de Oxford, na Inglaterra. Em agosto de 2021, o Talibã retornou ao poder no Afeganistão (após 20 anos de ocupação americana) e Malala escreveu um artigo recordando o sofrimento vivido enquanto o grupo dominava a região onde ela morava. Publicado no jornal “The New York Times”, foi reproduzido em outras publicações no mundo inteiro:

“Nas duas décadas recentes, milhões de mulheres e meninas afegãs receberam educação. Agora, o futuro que lhes foi prometido está perigosamente próximo de desaparecer. O Taleban – que até o perder, 20 anos atrás, impediu que quase todas as meninas e mulheres de frequentar a escola no país e impunha duras punições a quem o desafiava – está de volta ao controle. Como muitas mulheres, temo por minhas irmãs afegãs”.

Apesar dos integrantes do Talibã afirmarem que não impedirão o acesso das mulheres e meninas às escolas e universidades, a ativista paquistanesa teme pelo futuro educacional do país por conta do histórico de perseguições contra aqueles que buscavam a educação, como ela mesmo o fez. Desde então, Malala vive em exílio na Inglaterra com o sonho de retornar algum dia ao seu país para candidatar-se na política.

Malala Yousafzai é hoje uma ativista paquistanesa internacionalmente conhecida por defender os direitos das mulheres e pelo seu acesso à educação, ganhando notoriedade por ter defendido essa causa no Vale de Swat, região dominada pelo Talibã. Escreveu 3 livros: “Eu sou Malala” (2013), “Malala e seu Lápis Mágico” (2017) e “Longe de Casa: Minha jornada e histórias de refugiadas pelo mundo” (2019). Além disso, tem recebido vários outros prêmios importantes em diversas partes do mundo. A sua história continua inspirando outras mulheres e meninas a lutarem pelos seus direitos.