You are currently viewing 8 mulheres que transformaram o mundo

8 mulheres que transformaram o mundo

As mulheres sempre desempenharam um papel relevante para a construção e evolução de nossa sociedade. Ao longo dos séculos, as diversas conquistas alcançadas por elas também serviram de base e fontes de inspiração para que outras mulheres também alcançassem os seus projetos pessoais e profissionais.

Neste artigo, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher (8 de março), destacamos alguns exemplos de mulheres que foram determinantes para a transformação do mundo em que vivemos e que merecem ser lembradas pelos seus feitos e suas grandes realizações.

Protagonismo feminino para a evolução da nossa sociedade:

1. Marie Curie: criadora da teoria da radioatividade

A polonesa Marie Curie (1867-1934), que ganhou fama internacional com seus estudos sobre radioatividade, foi a primeira pessoa a conquistar o “Prêmio Nobel” em dois campos diferentes da ciência. Em julho de 1898, ela anunciou, juntamente com o marido, Pierre Curie, a descoberta de um novo elemento químico, o polônio (que recebeu esse nome em homenagem ao seu país de origem). No mesmo ano, os dois descobriram o rádio. Em 1903, Marie Curie ganhou o “Prêmio Nobel de Física” ao lado do marido e de Henri Becquerel. Oito anos depois, conquistou ainda o segundo “Nobel” (desta vez, de Química).

Caçula da família, Marie Curie nasceu em Varsóvia, na Polônia. Trabalhando desde cedo para conseguir pagar os seus estudos, teve o seu esforço recompensado: ela conseguiu terminar um Mestrado em Física e outro em Matemática (um na sequência do outro). Após a morte do marido, em um acidente em 1906, Curie assumiu o posto dele como professora, tornou-se a primeira a mulher a lecionar na Universidade Sorbonne, em Paris. A cientista morreu, aos 66 anos, vítima de leucemia, causada pela exposição prolongada à radiação durante sua pesquisa.

2.  Hedy Lamarr: precursora do Wi-Fi

Se você está lendo agora esse artigo de um celular ou notebook, saiba que a conhecida atriz hollywoodiana Hedy Lamarr (1914-2000) tem tudo a ver com isso. A austríaca que fugiu do regime nazista, além de se tornar uma grande estrela da “Era de Ouro” do cinema americano, foi quem co-desenvolveu a tecnologia necessária para que criações como Wi-Fi, Bluetooth e celulares fossem inventadas.

Lamarr inventou e patenteou um método de transmissão de sinais de rádio: o FHSS (Frequency Hopping Spread Spectrum) após tocar piano com o compositor George Antheil. Ela percebeu que, ao reproduzir as notas em outras escalas, diferentes frequências de sons eram emitidas. Era o “salto de frequência”, um sistema baseado nas várias ondas emitidas pelas teclas do piano. Logo, ela quis aplicá-lo nos aviões e navios de guerra dos EUA (a fim de despistar os radares nazistas). Além de ser utilizada em comunicação de guerra, a sua descoberta tornou possível o desenvolvimento da maioria das comunicações sem fio que utilizamos nos dias de hoje (celulares, redes wireless e GPS).

3. Katherine Johnson: importância na exploração espacial

Matemática brilhante, Katherine Johnson (1918-2020) realizou contribuições importantes para a exploração do espaço. Antes mesmo da chegada dos computadores, a cientista ajudou a calcular a trajetória dos primeiros lançamentos espaciais. Nascida nos Estados Unidos (onde se formou em Matemática e Francês), foi professora e tornou-se a primeira mulher negra a ingressar em um curso de pós-graduação na West Virgínia University. Logo depois, começou a trabalhar na NACA (que se tornou a NASA). Lá, ela participou ativamente de importantes conquistas para o país, incluindo a missão que levou o primeiro homem a pousar na Lua (em 1969).

Em 2015, Katherine recebeu a “Medalha Presidencial da Liberdade” em reconhecimento ao seu trabalho para a agência espacial americana. Um ano depois, a sua história e de suas colegas na NASA (Dorothy Vaughan e Mary Jackson) virou enredo do aclamado filme “Estrelas Além do Tempo” (2016). Trabalhou por 33 anos na agência espacial.

4. Grace Hopper: a “Rainha da Internet”

Grace Hopper (1906-1992) foi responsável por criar o primeiro software de computador. Denominada de “Flow-matic”, a linguagem de programação criada pela inventora, serviu como base para o “Common Business Oriented Language” (COBOL), que é utilizado até hoje em processamento de banco de dados.

Ela também é a criadora do termo “bug”, que serve para identificar algo que acontece de errado no meio eletrônico. A invenção do termo teria surgido quando Grace tentava encontrar onde estava um problema em seu computador (descobrindo que o defeito foi ocasionado por um simples inseto morto dentro da sua máquina).

5. Gertrude B. Ellion: criadora da quimioterapia

Gertrude B. Ellion (1918-1999) é uma bioquímica americana que recebeu o “Prêmio Nobel” em Medicina, no ano de 1988, devido às suas pesquisas no “Welcome Research Laboratories” do Research Triangle Park (complexo de pesquisa de três universidades da Carolina do Norte).

Durante os seus estudos, ela desenvolveu uma droga para o tratamento da leucemia. Além disso, descobriu ainda importantes princípios de quimioterapia amplamente utilizada para o tratamento de vários tipos de câncer na atualidade.

6. Rosalind Franklin: a “mãe” do DNA

Rosalind Franklin (1920-1958) foi a química que descobriu a estrutura do DNA, uma das ferramentas chave para o tratamento e a pesquisa de diversos vírus, doenças e a própria formação do grupo de características de qualquer ser vivo.

Pioneira em pesquisa sobre biologia molecular, ela também realizou diversos outros estudos, como a intensidade e a orientação do campo magnético do Raio-X. Sua descoberta sobre o formato helicoidal do DNA foi desacreditada por seu chefe na época, Maurice Wilkins, que não aceitava a autoria de suas pesquisas e chegou a ser bastante ofensivo sobre sua capacidade como cientista. Apenas após a morte da pesquisadora, ela recebeu o título de “Mãe do DNA”

7. Rosa Parks: símbolo contra o racismo

Rosa Parks (1913-2005|) foi uma cidadã norte-americana que marcou a sociedade na década de 1950 como um símbolo da resistência contra o racismo. Ela se tornou famosa por realizar um ato de desobediência civil quando se recusou a ceder seu assento a um homem em um ônibus público, no Alabama. Por este ato, ela acabou sendo presa e perdendo o emprego. Em resposta, os negros da cidade passaram a boicotar os ônibus, fazendo com que o serviço de transporte público entrasse em colapso. Pouco mais de um ano depois, a “lei dos assentos dos ônibus” seria revogada pela Suprema Corte.

O gesto de Rosa Parks era expressivo para um país em que, quase 100 anos depois do fim da escravidão, parte da população não podia votar nem frequentar determinados mercados, escolas e restaurantes. Após este episódio, tornou-se ativista ao longo dos anos. O seu falecimento se deu antes de poder ver Barack Obama chegar à presidência dos Estados Unidos. Criou uma fundação que apostava na formação dos jovens de qualquer etnia. Ali todos eram bem-vindos para aprender desde a história dos direitos civis até uma nova profissão.

8. Nise da Silveira: a “psiquiatra rebelde”

Nise da Silveira (1905-1999) ficouconhecida por não aceitar a maneira violenta como a medicina psiquiátrica tratava os pacientes com doenças e transtornos mentais em sua época. Nascida em Maceió, formou-se na Faculdade de Medicina da Bahia. Mas foi no Rio de Janeiro, mais especificamente no Centro Psiquiátrico Nacional do Engenho de Dentro, que desenvolveu o seu método revolucionário de tratamento. Nesse local, ela encontrou um verdadeiro cenário de horror, onde os pacientes eram tratados com violência, eletrochoques e lobotomia (o que não só não resolvia a questão, mas piorava o quadro).

Propondo exatamente o contrário da agressividade constatada, a médica decidiu implementar uma metodologia que foi absolutamente desacreditada pelos seus colegas: o tratamento através da arte. A proposta apenas deu certo, como se tornou referência de pesquisa e revolucionou o tratamento psiquiátrico no Brasil e no mundo (formando aquilo que hoje conhecemos como “psiquiatria humanizada”). Os registros importantes do trabalho de Nise estão hoje documentados no Museu de Imagens do Inconsciente que funciona no mesmo local em que trabalhou.

Essas oito mulheres assumiram o protagonismo das suas histórias e são merecidamente reverenciadas até os dias de hoje, representando uma preciosa fonte de inspiração para que outras mulheres também assumam o seu lugar de importância dentro da nossa sociedade.