Anualmente, a BBC divulga um ranking das 100 mulheres mais inspiradoras do mundo. Este ano, já na sua décima edição, a mídia estatal britânica destacou a participação de mulheres inseridas em conflitos em todo o mundo, principalmente as corajosas manifestantes que exigem mudanças quanto às questões de misoginia no Irã e à presença feminina durante os graves conflitos existentes na guerra entre Rússia e Ucrânia.

Fazendo um balanço do progresso conquistado pelas mulheres em uma década, a emissora enfatizou que, embora tenham havido avanços significativos nos últimos anos nos direitos das mulheres (destacando o movimento #Metoo, criado em 2017), há ainda um longo caminho a ser percorrido.

Pela primeira vez na história do ranking, (antes a lista era elaborada pela própria equipe e sugeridos pela rede de equipes de idiomas do Serviço Mundial da BBC), os nomes incluídos na lista de 2022 foram também indicados pelas mulheres selecionadas das edições anteriores.

Quem está na lista das mulheres mais inspiradoras deste ano?

A lista da BBC contemplou mulheres que se destacaram na política, na educação, na ciência, no esporte e na cultura. Entre elas, foram selecionadas o fenômeno global da música Billie Eilish, a primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, as atrizes Priyanka Chopra Jonas (Índia) e Selma Blair (EUA), a “czarina do pop russo”, Alla Pugacheva, a recordista do salto triplo, a venezuelana Yulimar Rojas e a autora ganense Nana Darkoa Sekyiamah.

Três brasileiras também se juntaram ao seleto grupo de mulheres inspiradoras de 2022, destacando assim a participação do Brasil: Alice Pataxó (ativista e jornalista indígena), Simone Tabet (senadora e ex-candidata à Presidência da República) e Erika Hilton (primeira mulher trans e negra eleita para o Congresso Nacional).

Conheça um pouco mais sobre as três mulheres brasileiras destacadas pela BBC:

Alice Pataxó

Recomendada por Malala Yousafzai para a lista de 100 mulheres inspiradoras da BBC, Alice Pataxó é uma jornalista e ativista indígena que ganhou repercussão após participar da COP26 em Glasgow, Escócia. Sua trajetória busca reforçar a conscientização sobre como políticas federais sem autorresponsabilidade podem ameaçar não apenas as terras de povos nativos, mas o meio ambiente como um todo, questionando a visão colonial e denunciando assassinatos de grupos pró-ambiente.

Simone Tabet

Apresentando uma forte atuação na política brasileira como senadora do Mato Grosso do Sul, Simone Tabet foi uma das principais vozes durante o enfrentamento à pandemia da covid-19, defendendo a ciência, a vacinação e as medidas sanitárias comprovadas. Além disso, com a intenção de reduzir a polaridade no país, tornou-se a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, apresentando um forte posicionamento de liderança no combate à violência contra a mulher. Nas últimas eleições, terminou em terceiro lugar na candidatura à Presidência da República e participou da frente a favor da democracia.

Erika Hilton

Primeira mulher trans e negra a ser eleita deputada federal no Brasil, tornou-se um símbolo na luta contra o racismo, tendo uma atuação significativa como membro da comunidade LGBTQIAPN+ e a favor dos Direitos Humanos. Oriunda de um passado humilde, onde chegou a morar nas ruas após ser expulsa de casa por sua família conservadora, Erika Hilton conseguiu ingressar em uma universidade e se dedicou à carreira política, sendo autora de um projeto de lei que visa a criação de um fundo municipal para combater a fome na cidade de São Paulo.

Essa influente lista da emissora britânica destaca mulheres que estão liderando mudanças e fazendo a diferença nesses tempos conturbados de pandemia de coronavírus, crise econômica, fortes mudanças climáticas e progressivo avanço da fome e desigualdade social em todo o mundo.

Personalidades femininas que têm importantes histórias inspiradoras para contar, conquistaram algo de grande relevância nas suas áreas de atuação ou influenciaram positivamente a sociedade onde estão inseridas.