A Anemia Falciforme é uma doença de alta prevalência em nosso país. A Bahia é o estado onde são registrados mais casos, terra natal da farmacêutica Marilda de Souza Gonçalves, que é referência ao falar desse assunto.

As suas pesquisas ajudaram a criar políticas públicas que mudaram o atendimento à pacientes nessa condição. Marilda é a primeira mulher, negra e não médica a dirigir a Fiocruz da Bahia. A Anemia Falciforme é mais comum em pessoas negras, por isso também tem prevalência elevada no continente africano.

A Anemia Falciforme afeta os glóbulos vermelhos, transformando-os de discos flexíveis redondos em células falciformes rígidas e pegajosas. As células falciformes impedem que os glóbulos vermelhos façam seu trabalho, que é transportar oxigênio por todo o corpo. Como resultado, não há glóbulos vermelhos saudáveis ​​suficientes, o que leva a anemia.

Trajetória de sucesso

Marilda Gonçalves se formou em Farmácia Bioquímica na década de 1980, em seguida fez mestrado em Genética e Biologia Molecular na Unicamp, em São Paulo. Em 1991 seguiu seus estudos fazendo doutorado e, mais tarde, um pós-doutorado pela Universidade da Pensilvânia (EUA). Marilda fala vários idiomas e já ministrou aulas em diversos países, conduzindo o trabalho de pesquisa de mais de 100 estudantes de diferentes nacionalidades.

A entrada de Marilda na Fiocruz em 2017 significou o reconhecimento do seu trabalho, tanto nas pesquisas relacionadas à Anemia Falciforme quanto a outras doenças. A sua motivação e paixão pela profissão e pela docência, tem implicações não só na área científica, mas também na área social, já que ela trabalha com doenças hematológicas e sistêmicas que afetam muitos pacientes em vulnerabilidade social.

Avanços no tratamento da Anemia Falciforme

No passado, bebês nascidos com Anemia Falciforme raramente chegavam à idade adulta. Agora, graças à detecção precoce e aos novos tratamentos, cerca de metade de todas as pessoas com Anemia Falciforme vivem mais de 50 anos. 

Os pacientes com essa doença enfrentam complicações médicas potencialmente fatais. No entanto, graças à contribuição da Dra. Marilda Gonçalves, hoje os profissionais de saúde oferecem tratamentos que reduzem o risco de complicações e assim aliviam os sintomas da doença.