You are currently viewing Grace and Frankie (Netflix)

Grace and Frankie (Netflix)

Um legado de amizade, autoaceitação, empoderamento e amor.

O protagonismo é importantíssimo para todas as causas. E ver mulheres incríveis ocupando papéis de destaque e até centrais em grandes filmes para a telona do cinema ou mesmo nas séries dos canais de streaming dá sempre um quentinho em nossos corações.

Esse é o caso de “Grace and Frankie” que está no catálogo da Netflix. Apesar do seu início não encantar tanto os especialistas internacionais na época do seu lançamento, a série logo caiu nas graças do grande público feminino com a construção de uma belíssima história de amizade, aceitação, empatia e união que transformaria a comédia com tons de drama em um dos títulos mais adorados da gigante do streaming (ao longo de 7 anos!).

O sucesso da série de Marta Kauffman (diretora, produtora e uma das roteiristas) baseia-se, é claro, na química inegável e apaixonante de suas duas protagonistas (as premiadas atrizes Jane Fonda e Lily Tomlin) que, outrora inimigas ferrenhas no início da história, se veem arrastadas a um ponto de convergência quando seus respectivos maridos revelam ser gays e as deixam após décadas de casamento (impulsionando-as a deixar tudo para trás e recomeçar suas vidas em plena terceira idade).  

Questões femininas com a chegada da terceira idade.

Aqui a principal ideia da série sempre foi trazer à tona temas que não são tratados usualmente em filmes e séries com a naturalidade e a urgência necessárias: como os anseios das mulheres que estão na terceira idade, a mudança repentina de vida após uma separação, a compreensão de que nunca é tarde para buscar seus sonhos e os seus desejos sexuais, a desconstrução da estrutura engessada da família, as crises existenciais que surgem nessa etapa da vida, além da percepção da mortalidade e finitude entre outras questões.

Os diálogos são extremamente frenéticos, aguçados e complementados por altas doses bem distribuídas de comédia e drama, onde os assuntos abordados ganham sempre equilíbrio entre os núcleos da série, abrindo espaço para que todo o elenco brilhe (além é claro de Fonda e Tomlin nos papéis principais) de forma uniforme e gere a empatia necessária junto ao público.

As duas atrizes já haviam participado juntas no sucesso cinematográfico “Como eliminar o seu chefe” (1989) e aqui mostram mais uma vez, agora na maturidade e cumplicidade de suas belas atuações, como emocionar e “trazer para dentro” da história todos aqueles que têm a felicidade de compartilhar da rotina dessas personagens icônicas e empoderadas na sua essência feminina.

Nenhuma situação é superficial ou feita de qualquer jeito. Todas as cenas acontecem tão naturalmente que é impossível para que assiste não mergulhar em suas situações. Os episódios da série duram no máximo 35 minutos e agradam em cheio quem prefere produções com uma duração mais curta.

Quando chegamos na temporada final de “Grace e Frankie”, temos o desejo de voltar ao episódio piloto para nos encantarmos mais uma vez com uma das histórias mais belas e honestas da televisão contemporânea. Vale a pena conferir e maratonar!