Os distúrbios hormonais fazem parte do cotidiano das mulheres. Os ciclos menstruais não afetam apenas a reprodução, mas o organismo como um todo. Ocorrem de maneira cíclica, em períodos de 24 a 35 dias, condicionando o corpo feminino a mudanças hormonais mensais.
No entanto, a Síndrome do Ovário Policístico (SOP) pode levar a algumas alterações nesse processo.
O que é a Síndrome do Ovário Policístico?
Os ovários são dois órgãos localizados um de cada lado do útero e responsáveis pela produção dos hormônios sexuais femininos.
A Síndrome do Ovário Policístico é um distúrbio hormonal bastante comum entre as mulheres, caracterizado pela presença de cistos (pequenas bolsas que contêm material líquido ou semissólido) que pode causar problemas simples (como irregularidade menstrual e acne) até outros graves (como obesidade e infertilidade).
Dessa forma, a diferença básica entre cisto no ovário e ovário policístico está no tamanho e na quantidade de cistos. Geralmente, na Síndrome dos Ovário Policístico são encontrados de 10 a 20 pequenos cistos (com 0,5 centímetros de diâmetro). Já o cisto no ovário costuma ser único e maior, medindo de 3 a 10 centímetros.
Quais são as suas principais causas?
Ainda não há um consenso sobre a causa específica da Síndrome do Ovário Policístico. O que se sabe é que metade das mulheres com essa síndrome apresenta problemas hormonais, como excesso de produção de insulina pelo pâncreas e o restante apresenta problemas nas glândulas hipotálamo, hipófise e adrenais (produzindo assim uma maior quantidade de hormônios masculinos). E isso ocorre, principalmente, entre as mulheres na faixa dos 30 aos 40 anos de idade.
Quais são os seus principais sintomas?
– Alterações Menstruais
Geralmente as menstruações são espaçadas, a mulher menstrua apenas poucas vezes por ano, mas também pode haver menstruação intensa ou ausência de menstruação.
– Hirsutismo
Aumento dos pelos no rosto, seios e abdômen.
– Obesidade
Tendência à obesidade, sendo que o ganho de peso piora a síndrome.
– Acne
Provocada pela maior produção de material oleoso pelas glândulas sebáceas.
– Infertilidade, Queda de Cabelo e Depressão
Como identificar o diagnóstico da Síndrome do Ovário Policístico?
O diagnóstico da doença é realizado pelo exame de ultrassom transvaginal, exames de sangue para dosagem de hormônios e pela avaliação dos sintomas que a paciente apresenta.
Qual o tratamento a ser utilizado?
Como se trata de uma doença crônica, o tratamento da Síndrome do Ovários Policístico tem como objetivo contribuir para a melhoria dos sintomas. Por isso, com a medicação adequada e a adoção de novos hábitos saudáveis, é possível controlar e aliviar os sintomas (assim como fazer um acompanhamento permanente junto a um especialista). Caso o médico indique a retirada dos cistos, a técnica mais usada é a cauterização laparoscópica.
Mulheres de 15 ou 16 anos e que apresentam um quadro de obesidade, pelos no rosto/corpo e acne precisam emagrecer. Às vezes, só a perda de peso já ajuda a reverter essa situação. Se não forem obesas, a atenção se volta para o controle da produção de hormônios masculinos, o que se consegue por meio de medicamentos que atuam, também, na regulação da produção de sebo (pelas glândulas sebáceas) e na diminuição do crescimento de pelos.
Como há uma tendência ao ganho de peso, o tratamento pode incluir medicamentos para prevenir o diabetes e outros para evitar o colesterol elevado. Os casos de infertilidade também respondem bem ao tratamento com medicamentos.
Quais são as principais recomendações?
– Consulte regularmente seu ginecologista e não deixe de fazer os exames que ele possa indicar;
– Não se descuide da sua saúde, pois mulheres com ovário policístico correm um maior risco de desenvolver problemas cardiovasculares na menopausa;
– Controle seu peso continuamente, principalmente com dietas de baixo teor de carboidratos. A obesidade agrava os sintomas da Síndrome do Ovário Policístico, além de trazer uma série de complicações;
– Pratique uma atividade física por, pelo menos, 30 minutos (5 dias por semana seria o essencial, tanto para a manutenção do peso ideal, como para a prevenção de problemas cardiovasculares).
Fontes:
Dr. Dráuzio Varela
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
Sociedade Brasileira de Patologia
Ministério da Saúde