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Suprema – Drama Biográfico (Prime Vídeo)

Uma história poderosa e otimista sobre a luta de uma mulher pela igualdade

O longa dirigido pela diretora Mimi Leder (“The Leftlovers” e “Shameless”) narra a história de Ruth Bader Ginsburg, segunda mulher a se tornar Juíza e nomeada para a Suprema Corte dos Estados Unidos pelo então presidente, Bill Clinton (em 1993). A atriz Felicity Jones (indicada ao Oscar pelo ótimo filme “A Teoria de Tudo”) representa com bastante desenvoltura o papel de uma advogada (Ruth) obstinada pelo combate à desigualdade entre homens e mulheres existente na sociedade americana (a mesma que sofreu na própria pele no meio acadêmico).

Seguindo à risca a cartilha dos filmes biográficos, “Suprema” (em inglês “On The Basis of Sex”) dá destaque às barreiras diárias que Ruth enfrenta em sua vida pessoal e profissional (em um meio fortemente dominado pelos homens). Na faculdade de Direito de Harvard, por exemplo, o reitor Erwin Griswold (interpretado pelo ótimo ator Sam Waterston) lhe pergunta “por que decidiu ocupar a vaga que iria para um homem”.

Já nos tribunais, mentores lhe aconselham a apresentar um caso sorrindo para conquistar a simpatia dos juízes (regra que não se aplica ao sexo masculino). Esse comportamento se faz presente inclusive entre seus amigos liberais que contestam suas ideias de equidade.

Uma mulher versus um sistema de leis sexista

Ser mulher nos anos 1950 não era exatamente o melhor dos mundos e ocupar uma vaga em Direito numa escola tradicionalmente masculina (a prestigiada Harvard) era ainda mais complicado.

O roteiro de Daniel Stiepleman (sobrinho da própria Ruth na vida real) desenvolve-se em uma poderosa narrativa de combate ao machismo e à discriminação de gênero, dando voz à luta de sua tia pela igualdade. E as situações retratadas nesse filme lançado em 2018 e com 120 minutos de duração, demarcam muito bem como o Direito é uma área machista, fato que não mudou tanto assim desde os anos 1960 e que é, ainda, compartilhado e observado nos mais diversos campos de atuação onde a mulher busca o seu espaço profissional. Esse panorama serve para construir a longa estrada que Ruth precisa caminhar para obter o seu sucesso e reconhecimento profissionais.

Sua história de luta e obstinação foi transformada em diversos livros, um documentário que concorreu ao Oscar em 2019 (vale a pena ver também) e, agora, está disponível nas telas da tv (pelo streaming da Prime Vídeo). Hoje, os seus pronunciamentos e suas opiniões estampam merecidamente as notícias dos principais jornais americanos e “viralizam” bastante nas redes sociais, atraindo cada vez mais milhões de pessoas.

Importância histórica da protagonista é a fonte principal de inspiração

Ao mesmo tempo que é uma boa experiência de lazer (para quem gosta de assistir a filmes sobre tribunais), “Suprema” é uma fonte de inspiração para muitas mulheres, nos trazendo uma oportuna reflexão sobre as batalhas que precisamos passar diante das repressões diárias e obstáculos a que ainda somos submetidas (tanto na vida pessoal quanto profissional).

Assistir a esse filme funciona como um ato de alerta contra o comodismo e a conformidade em uma sociedade que, ainda hoje, está longe de ser justa e igualitária. Afinal, quais são ainda os argumentos que o século 21 precisa nos mostrar para considerarmos certos atos perpetrados por séculos como misóginos, injustos e ultrapassados? Pessoas como Ruth Bader Ginsburg despertam em nós a sede por justiça e mudança para a evolução do mundo em que vivemos. Vale a pena conferir!