A maior e mais aguardada noite de premiação da literatura brasileira deste ano, o Prêmio Jabuti 2022 (já em sua 64ª edição), consagrou a autora Luiza Romão com o livro de poesia “Também guardamos pedras aqui”. Além da estatueta dourada recebida como Livro do Ano, ela ainda foi agraciada com um prêmio de R$100 mil reais.
“Tudo começou na virada de 2016 para 2017 quando terminei de ler a “Ilíada” e, completamente atravessada por essa narrativa de horror, comecei a sonhar, ouvir e conversar com essas figuras: heróis tombados, amazonas, pitonisas, guerreiras (que através dos séculos parecem dizer tanto sobre aqui-hoje). Num país em ruínas, num momento de espólio como este em que estamos vivendo, essas pedras são minha aposta”, revelou a autora premiada da noite sobre sua obra de poesia em uma publicação no Instagram.
Evento marca retorno presencial do público após 2 anos de exibição em formato on-line
A noite da prestigiada cerimônia, que marcou também o retorno do público presencial (após 2 anos de exibição apenas em formato on-line), foi promovida pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e realizada no dia 24 de novembro, com transmissão pelo canal do YouTube da CBL, no Theatro Municipal de São Paulo. A obra, publicada pela Editora Nós, tem a Guerra de Tróia como objeto central, a partir do qual as injustiças, crimes e opressões são escancarados aos olhos do leitor.
A premiação do 64º Prêmio Jabuti é dividida em quatro eixos principais: literatura, não ficção, produção editorial e inovação (que comportam 20 categorias). A jornalista Adriana Couto foi a mestre de cerimônias do prestigiado evento.
Vitor Tavares, Presidente da CBL, comemorou o retorno presencial e o sucesso de mais uma edição do Prêmio Jabuti: “A CBL atua incansavelmente para promover a bibliodiversidade, fortalecer o livro e democratizar o acesso à leitura. E um dado que muito nos orgulha e mostra que estamos no caminho certo é o recorde de inscrições que o Prêmio Jabuti teve este ano. Foram 4.290 obras inscritas, o que significou um aumento de 25% em relação a 2021.” E ainda completa: “Depois desta longa espera, por conta da pandemia de Covid, retornamos em grande estilo, no Theatro Municipal de São Paulo, um ícone da cultura, arte e literatura. E justamente no ano em que se comemora os 100 anos da Semana de Arte Moderna”.
Todas as obras concorrentes foram avaliadas por jurados especialistas em diferentes áreas. Os nomes foram indicados por leitores e integrantes do mercado editorial, além de serem validados e complementados pelo Conselho Curador do Prêmio Jabuti.
Luiza Romão nasceu em Ribeirão Preto, em 1992. É poeta, atriz e “slammer” (quem participa de “batalhas de poesia”). Autora dos livros “Sangria” (2017) e “Coquetel Motolove” (2014), entrou no mestrado em Teoria Literária e Literatura Comparada (na FFLCH/USP/2020) para pesquisar o “slam” no Brasil.
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