You are currently viewing As Sufragistas (Netflix)

As Sufragistas (Netflix)

Quando as vozes femininas se levantam contra a repressão

O filme “As Sufragistas”, dirigido por Sarah Gavron, ilustra o movimento pelo voto feminino no Reino Unido do início do século 20. Mesmo após anos de manifestações pacíficas, o grupo das sufragistas somente passou a chamar a atenção da sociedade inglesa ao praticar atos de desobediência civil (quebrando peças do patrimônio público, como caixas de correio e vidraças). A protagonista Maud Watts (interpretada pela atriz Carey Mulligan) é uma das mulheres que precisaram lidar com as mais diversas pressões para deixar o movimento.

Assim, ao longo dessa história inspiradora, acompanhamos a luta dessas mulheres (reconhecidas como “radicais”) que tiveram que lidar com os mais diversos sacrifícios para não se sujeitar à repressão masculina vigente da época. O filme conta com a valiosa participação de um elenco brilhante: Meryl Streep, Helena Bonham Carter, Anne-Marie Duff e Ben Whishaw.

Direito ao voto feminino e abordagem de temas que são ainda atuais

Embora esse movimento tenha se passado há mais de 100 anos, a carga de urgência por mudanças embutida nele permanece bem viva e atual. Temas como igualdade de salários, representatividade e respeito ainda figuram entre os principais objetos de luta das mulheres nos dias de hoje (frequentemente mulheres que lutam pelos seus direitos ainda costumam ser taxadas de “exageradas” ou “fora do padrão”).

Aqui, o hábil roteiro de Abi Morgan nos apresenta a causa e os conflitos de uma personagem até então alheia a eles. No início, Maud Adams é uma jovem operária de 24 anos preocupada apenas com o bem-estar do seu filho e do seu marido (que trabalha menos horas no mesmo local onde trabalha e ganha mais). Mas, não demora muito para que o destino a puxe para o meio do conflito junto a outras mulheres, despertando assim o sentimento de revolta da protagonista e no espectador diante das várias injustiças e violências sofridas por elas (tanto fisicamente quanto moralmente).

Já inserida no movimento do direito ao voto, ela tem acesso a duas personagens que de fato existiram: Emily Wilding Davison (interpretada pela atriz Natalie Press) e Emmeline Pankhurst (interpretada pela aclamada atriz Meryl Streep), nomes fundamentais para a conquista do voto feminino no Reino Unido.

Um filme artisticamente impecável e de mãos dadas com o empoderamento feminino

O roteiro é o que mais faz de “As Sufragistas” ser uma ótima recomendação de filme a ser assistido, especialmente para quem se interessa pelas causas feministas. E a roteirista Abi Morgan (que traz no seu currículo o ótimo filme “A Dama de Ferro”), realiza aqui um belo trabalho de adaptação da história real das mulheres que lutaram bravamente pelos seus direitos políticos.

O fato é que o voto feminino não caiu do céu e o filme cativa o público através de um relato que nos revela todo o sofrimento e sacrifício envolvidos nessa conquista. Vale a pena conferir!