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The Crown (Netflix)

“The Crown” é um título da Netflix bastante premiado e aclamado pela crítica. Uma crônica que mistura fatos reais e ficção sobre a vida da Rainha Elizabeth II, passando dos anos 1940 até os dias recentes.

Série em 4 temporadas – Netflix

Sua história começa, na primeira temporada, com a morte do seu pai (o rei George VI) e sua precoce ascensão ao trono como rainha da Inglaterra. A partir daí, Elizabeth (interpretada pela atriz Claire Foy) se depara com as suas novas responsabilidades e compromissos, nem sempre tão bem-vindos, em relação à realeza e aos seus súditos (em um tempo onde isso já não representa algo de tão relevante). O que ela logo vai aprender é que “a Coroa deve prevalecer”, acima de sentimentos pessoais e familiares. Uma abdicação de sonhos e projetos pessoais em favor de um reinado que sempre estará acima de tudo. Aqui a Coroa não é apenas um símbolo de empoderamento de uma família de “sangue real”, mas é a ideia de perpetuação de uma soberania de uma nação que já não ocupa mais um poder tão ou mais significativo no mundo atual.

Assim, a jovem rainha é colocada frente a frente com problemas de Estado onde o seu papel é o de apenas oferecer apoio aos que governam o seu país. Mas, o que parece ser fácil à primeira vista, torna-se um trabalho quase impossível para um ser humano: o de se tornar imparcial diante de tudo o que acontece à sua volta, como ilustra bem um diálogo entre Elizabeth II e a rainha Mary (interpretada pela atriz Eileen Atkins): “Não fazer nada é o trabalho mais difícil de todos. E vai consumir cada grama de energia que você tem. Ser imparcial não é natural, não é humano. As pessoas sempre vão querer que você sorria, concorde ou franza a testa. E no minuto que você fizer isso, você terá declarado uma posição. Um ponto de vista. E isso é a única coisa como soberana que você não tem o direito de fazer. Quanto menos você fizer, menos você disser ou concordar ou sorrir…”

A primeira temporada nos mostra a formação de Elizabeth II como soberana e um dos principais destaques desta fase é a sua relação com o primeiro-ministro Winston Churchill (interpretado pelo ator John Lithgow), que a ajuda a entender os intricados caminhos da política e se torna com o passar dos anos em um grande conselheiro e amigo. A atuação de Lithgow rendeu um Emmy e a de Claire Foy um Globo de Ouro como melhor atriz. As três temporadas seguintes abordam os conflitos e as intrigas que envolvem o mundo da realeza e a vida da rainha (interpretada nessas fases por outras duas atrizes) aguçando a curiosidade do público e gerando notícias até os dias de hoje, fazendo com que a série seja não só um retrato da sociedade inglesa, mas também um documentário da nossa própria realidade diante dos fatos históricos que nos são apresentados.

A qualidade da produção, a direção precisa, as atuações marcantes dos atores e os textos inspirados dos roteiristas que nos fazem esperar sempre pelo próximo episódio, fazem com que “The Crown” seja uma das mais importantes séries dos últimos anos. Uma nova e aguardada temporada já está para estrear no catálogo do streaming (abordando os últimos anos da Princesa Diana e sua relação com a família real) e, com a morte recente da rainha Elizabeth II, o interesse sobre a sua vida certamente irá aumentar ainda mais. A importância da Coroa para nós pode não ser lá tão relevante, mas a admiração que sentimos pela sua história de vida é real. Vale a pena conhecer esse lado do empoderamento feminino.