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Como ser rede de apoio para uma mãe?

Se você convive com uma gestante ou uma recém-parida, com certeza já escutou alguma vez o termo “rede de apoio”. Afinal, ser mãe não é um papel fácil em um mundo onde é exigido que as mulheres tenham uma jornada dupla e até tripla de trabalho na sua rotina diária. De acordo com a pesquisa “Mommys e Saúde Mental” (2002), 49,1% das mães entrevistadas dizem se sentir em um limbo emocional e, quando questionadas sobre sua saúde mental, 62,7% relataram que sentem uma sensação de vazio, sendo os sentimentos de cansaço e sobrecarga os mais mencionados.

Em sua campanha do Dia das Mães, neste ano, o Boticário abordou o tema do esgotamento materno e deu continuidade a um movimento de apoio e empatia às mães, iniciado em 2022 e a partir de outra campanha sobre julgamento materno. Contando com a parceria da “The School of Life”, organização que tem dedicado seus esforços de maneira integral ao desenvolvimento da inteligência emocional e que funciona como um espaço importante para o compartilhamento de ideias, foram preparados conteúdos direcionados a rede de apoio materno (trazendo um olhar mais empático, sensível e humanizado às mães). Os vídeos da campanha do Boticário foram desenvolvidos pelos psicólogos Saulo Velasco, Natália Orti e Desirée da Cruz Cassado.

O que é uma rede de apoio materno?

É um grupo de pessoas que se apoiam mutuamente na tarefa de ajudar a criar os filhos de mães que precisam de empatia e acolhimento, resguardando-a fisicamente e emocionalmente nesse importante período de adaptação e mudanças em suas rotinas diárias. Nesta fase, há um grande compartilhamento de depoimentos sobre maternidade, dúvidas, angústias e histórias sobre o universo feminino.

Apenas a título de curiosidade, a expressão “rede de apoio” tem cerca de 2.900 pesquisas mensais nos buscadores de internet. Nas pesquisas específicas, a expressão “rede de apoio materno” responde por cerca de 1.000 pesquisas mensais. “Rede de apoio familiar”, 390. Já “rede de apoio paterno” tem zero pesquisas. Uma das explicações para isso é o machismo estrutural e o abandono paterno. Só nos primeiros 4 meses de 2022, quase 57 mil crianças foram registradas apenas com o nome da mãe, o maior número nos últimos 5 anos. Dados do IBGE indicam que cerca de 11 milhões de mães cuidam de seus filhos sozinhas, assumindo o papel de mãe solo.

Rede de atenção materno infantil: segurança e tranquilidade para as mães.

Cada vez mais, os estudiosos nesse assunto entendem a importância de se criar uma rede de apoio às mães. Dessa forma, membros da família ou até as amigas de confiança podem fazer parte desse núcleo de segurança e acolhimento, compartilhando experiências e proporcionando uma maior de tranquilidade para a prática do exercício materno, principalmente diante dos números de maternidade solo observados no Brasil.

8 dicas para você se tornar parte de uma rede de apoio participativa:

1. Se disponibilize para ajudar nas tarefas de casa

Uma mãozinha nos afazeres domésticos ajuda bastante a mãe, principalmente na fase de adaptação da chegada do bebê, colaborando para que ela tenha o tempo necessário para pensar e se dedicar à tarefa de cuidar desse novo membro da família.

2. Prepare marmitinhas para ela congelar ou para ingestão imediata

A disponibilização de comidas nutritivas e de fácil armazenamento contribui para que as mães tenham uma economia de tempo quanto ao seu preparo e praticidade no seu dia a dia. Esse é um carinho que você pode fazer, em forma de presente, para que ela se sinta acolhida nesse momento tão significativo.

3. Dê água para a mãe sempre que ela estiver amamentando

Durante o momento da amamentação, a lactante sente muita sede e é necessária a reposição de água no seu organismo. Deixe sempre ao seu lado uma garrafinha com água.

4. Veja se ela precisa resolver alguma urgência na rua e coloque-se à disposição

Caso você tenha alguma disponibilidade, se ofereça pra resolver pendências importantes para a mãe (pagamento de contas da casa, idas ao banco, farmácia e supermercados, acompanhamento em clínicas médicas etc.).

5. Só faça visitas se for convidada (não chegue de surpresa)

Nada mais incômodo para uma mãe recém-parida do que uma visita inesperada em sua casa. Respeite e aguarde o tempo de adaptação do bebê e da família até que estes se sintam prontos e confortáveis para receber visitas.

6. Se ofereça para olhar o bebê enquanto a mãe precisa de tempo para ela mesma

Converse com a mãe, pergunte sobre ela, seu estado físico e emocional, quais são as suas necessidades imediatas, se quer tomar um banho, descansar um pouco ou apenas dar uma respirada enquanto você olha o bebê.

7. Respeite as decisões dela quanto à criação de seus filhos

Entenda as escolhas da mãe quanto ao que deseja para seus filhos, sem julgamentos. Ela sempre estará querendo o melhor para eles e se você fez ou faz diferente para os seus, está tudo bem também. Procure apoiá-la e ajudá-la da melhor forma possível.

8. Ofereça uma escuta ativa e respeitosa

Pergunte sempre como ela está, verifique se está precisando de um ombro amigo, um carinho, um conselho (se solicitado) ou mesmo uma conversa sobre assuntos banais para que ela distraia a cabeça. Seja uma presença mesmo que haja uma distância física.

Uma rede de apoio às mães não ajuda apenas a elas descansarem em suas rotinas cotidianas (o que por si só já seria um motivo suficientemente nobre), mas também criam outros pontos de referência e de segurança para a criança. E sempre é importante frisar: não dá para cuidar de uma criança sem olhar para o adulto que cuida dela.